Heloisa Rocha
Cardiologista, especializada em terapia ortomolecular e nutrição.
Treinar significa usar nosso corpo além do que é considerado normal, independente do treino que escolhemos: aeróbico, endurance, sobrecarga, resistência, lazer, etc. A médica Heloisa Rocha conta que sempre exigimos mais do que o nosso corpo precisaria fazer em condições normais. “Para falarmos de alimentação, atrelada à atividade física, devemos levar em consideração o tipo de atividade, a sua duração e intensidade para que possamos realizar bem o nosso treino e evitar os desgastes oxidativos causados pelo esporte”, esclarece a profissional.
A maioria das pessoas, por desconhecimento ou “preguiça” de se informar, acaba não atingindo os resultados esperados no treino. Não porque o treino está incorreto, mas sim, por não se alimentarem direito. “Dessa forma não dá para atingir a condição ideal para que o corpo maximize o uso de sua energia nesse momento, com isso, além de não atingir os objetivos, não ajudam a promover um bom momento regenerativo pós-treino”. Portanto, se alimentar de forma estratégica é tão importante quanto treinar com frequência para que alcance a sua saúde perfeita e o seu corpo ideal”, ensina a especialista em terapia ortomolecular, Heloisa Rocha.
Na avaliação da médica é importante deixar claro que a individualidade metabólica, a rotina, a intensidade e tipo de treino têm que ser levados em consideração quando um cardápio vai ser sugerido a um paciente. “A procura por um profissional de saúde é necessária. Essas dicas podem ser aproveitadas por pessoas ativas, que treinam com uma frequência de 3 vezes por semana, que fazem musculação e aeróbico, visando ter mais energia e performance no seu treino, evitando fadigas pós-treino, queimar gorduras e melhorar a sua massa muscular”, explica a profissional. Confira abaixo dicas do que comer antes e depois do treino:
Pré-treino
Durante o treino, o corpo precisa de energia, e essa energia conseguimos diretamente da glicose, que vem dos alimentos – fontes de carboidratos. Se a quantidade de glicose antes do treino não tiver sido fornecida, o corpo perceberá a situação de risco que estamos impondo a ele, e imediatamente irá buscar energia extra da forma mais rápida para garantir a nossa vida, então passa a usar as proteínas como fonte energética, e assim perderemos massa muscular. Além de não atingirmos nosso objetivo, passamos a sentir sintomas que nos avisam de que não estamos no caminho correto: cansaço, desânimo, dores, queimações na musculatura, sensação de desmaio, etc.
Pós-treino
Logo após o treino, temos outro tipo de situação: nessa fase, o corpo entra num processo regenerativo, ou seja, ele passa a refazer as fibras musculares danificadas durante esse treino, e nesse momento, o quanto pudermos oferecer de matéria prima para essa regeneração acontecer, melhores serão os resultados. Lembre-se que antes a prioridade para que a nossa máquina funcione é a energia, e logo após esse trabalho nos deparamos com uma situação de déficit energético (gastamos o que comemos antes do treino), logo precisamos repor essa energia para que o metabolismo continue ativo e colabore com o processo de regeneração muscular. Então, além de energia, devemos fornecer proteína, que são os “tijolos” para se construir musculatura. Sem a energia e a proteína, o nosso corpo não terá como trabalhar e todo o benefício do treino em termos de definição muscular deixarão de acontecer.
Cardápio
REFEIÇÃO PRÉ-TREINO
Energia de liberação rápida: treinos aeróbicos mais intensos, pois a digestão deve ser rápida nesses casos.
a) 1 a 2 porções de frutas (qualquer uma).
b) 1 copo de suco natural de fruta.
c) 1 a 2 colheres de óleo de coco líquido.
Energia de liberação lenta: para treinos de musculação, pilates e outras atividades de média intensidade.
a) 1 porção de fruta + 3 colheres das de sopa de cereais.
b) 1 copo de suco de fruta natural e uma barrinha de cereal.
c) 2 fatias de pão integral com geleia light e uma água de coco.
DURANTE O TREINO
Sempre que o seu treino se estender por mais de uma hora, é importante complementar o aporte de energia garantindo a sua performance e evitar a queima muscular.
a) Gatorade ou preparados já disponíveis no mercado (em pó, líquido e em gel) de carboidratos.
b) 350 ml de água de coco.
c) Uma colher de sopa de óleo de coco líquido.
PÓS TREINO:
Sob a forma de alimentos:
a) Um sanduíche de pão integral com queijo branco ou cottage e peito de peru ou peito de frango ou atum.
b) 250 ml de iogurte desnatado com frutas ou cereais
c) 150 gramas de batata doce ou uma omelete de claras + 2 torradas integrais ou uma tapioca doce ou salgada.
Sob a forma de suplementos: uma porção de carboidrato em pó. Uma ou duas doses de proteína hidrolisada ou isolada, com média de 25 gramas de proteína.